quarta-feira, setembro 30, 2009

Rir ou não rir, eis a questão...

No carro, a regressar a casa, o sol de fim-de-tarde a bater nas janelas. Ela a mirar-se no espelho retrovisor, a ajeitar o cabelo, a experimentar novos visuais, um sol dourado a bater-lhe apenas sobre um punhado de cabelo, e nisto: - oooooohhhhhh! - pânico! - oh mãe, oh mãe! eu tenho uma ameixa* no cabelo! mas eu juro que não fui eu que pintei! não fui! É que não consegui parar de rir... * madeixa

terça-feira, setembro 29, 2009

Ui... já?!

Domingo, no carro sozinhas a caminho de casa, quando de repente: - mãe quando é que eu vou ter um telefone para mim? Pausa. Processa a pergunta, não te esqueças de respirar. - um telefone? Queres dizer um telemóvel?! - sim, mãe! Quando é que eu vou ter um telemóvel?! ui estás tramada! mas como é que ela se lembrou disto?! - sei lá filha! - mas quando mãe? quando é que eu vou ter um telemóvel? aiaiaiai isto tem coisa... - não faço ideia, porquê? algum colega teu tem telemóvel, é? - não! mas eu quero saber quando é que vou ter um. - oh filha não sei a sério, quando fores mais velha. - mas com quantos anos, mãe? esta agora! a miúda encravou foi? tu toma cuidado, vê lá bem o que dizes, olha que te tramas que ela não se esquece! - sei lá, 12, 13 ,14, 15... só tens quando precisares mesmo dele filha. - ai só?! - responde incrédula. só?! apetece-me replicar - olha que se calhar é até cedo demais filha! a mãe só teve o primeiro telemóvel lá pelos vinte anos! - vinte?! mas aos vinte já tenho uma carteira não tenho mãe?! bonito... isto vai para onde agora?! - sim, claro. - pois é que aos vinte já tenho a carta para conduzir por isso preciso de uma carteira. cala-te, tu fica caladinha - mas preciso de dinheiro para pôr na carteira. como é que eu ganho dinheiro mãe? - então... podes trabalhar nas férias por exemplo. - oh mãe, é mesmo verdade que se eu tiver boas notas posso escolher o meu trabalho? (mais conversa) - então quais são os trabalhos que dão mais dinheiro?! nada como ser pragmática.

É de madrugada...

e arrasto-me até à cama. Esgueiro-me pela porta do meu quarto, deslizo os pés até à janela, ignorando uma peça ou outra de roupa que possa estar caída aos pés da cama, e abro uma fresta da portada para de manhã conseguir despertar melhor. Um passo ao lado e enfio a mão por entre os lençóis para os levantar apenas o suficiente para me meter entre eles. Nada de lençóis, só umas pernas minúsculas e nuas no lugar que é o meu. Ferrado a dormir, desisto de o levar para a cama dele e decido-me arrastar apenas a mim até lá. Sai de um quarto, entro noutro e deslizo os pés ainda com mais cuidado para evitar um qualquer carrinho ou peça de lego que possa estar onde não deve mas onde costuma sempre estar quando andamos descalços e às escuras. Chego à cama dele e quando já me estou a sentar para deitar, eis que sinto alguma coisa. É ela. Desisto de a passar para a cama dela e enrosco-me eu na almofada dela, no cheiro dela e... rrrrr... rrrrr...

quarta-feira, setembro 23, 2009

Palavras (só) dele...

- desqueci-me (tal como a mana) - golomesa - faísca macquinde Gosto tanto!

Filhos, esse ser maravilhoso...

- Mãe hoje estás tão bonita! - declara, enquanto me afaga o laço da camisola. - Obrigada, filha! - agradeço com um sorriso, porque antes das oito qualquer elogio sabe sempre melhor. - Mas vais mesmo assim para o trabalho? Acho melhor não. olha m'esta...

terça-feira, setembro 22, 2009

Da gripe A e o jeitinho que dá já ser Outono...

No fim-de-semana andei sempre metida no meio de flores a fotografar e a brincar com os miúdos na relva, pelo que acordei a meio da noite com uma bela dor de garganta e uma fonte no lugar do nariz. A época das alergias está oficialmente aberta e os meus olhos irritam-se e choram com saudades do Verão. Há noite já se voltou a ouvir os roncos e as farfalheiras no quarto dos miúdos, e eu começo a preparar-me mentalmente para o que aí vem. Na escola dele, nem se dá conta da histeria que anda aí. As medidas de higiene agora tão amplamente difundidas e recomendadas em tudo o que é notícia, são praticadas nesta escola desde sempre. A mim é isso que me faz confusão, o mostrarem agora as professoras/educadoras nas escolas a limparem mesas com produtos próprios depois de terem estado a ter actividades ou a comer, quando para mim isso sempre foi a regra e não a excepção. Na escola dela, também as medidas tomadas parecem-me bastante sensatas e não se sente nenhum histerismo em torno do assunto. A professora também se apresenta bem informada e mesmo quando lhe disse que a miúda podia apresentar febre como reacção às vacinas que tomou na semana antes do início das aulas, descansou-me informando que caso ela começasse com febre na escola iriam primeiro tentar despistar se havia razões para a colocar em isolamento ou não e que entrariam em contacto comigo caso se justificasse. Mas voltando ao início ontem acordei constipada e fiquei na dúvida do que fazer. Por um lado sabia que era apenas uma constipação de origem alérgica, mas por outro, se fosse uma gripe no início como é que me ia sentir depois sabendo que tinha andado por aí a contagiar o pessoal? É verdade que não tinha febre nem um único sintoma de gripe, mas seria melhor confirmar? E é assim que percebo que mesmo pensando que não, a histeria da gripe também já me apanhou um bocadinho. Venho trabalhar, mas a meio da tarde começo com aqueles arrepios de frio e o bicho-papão-gripe-A volta a perseguir-me os pensamentos e lá vou eu ter com a enfermeira medir a febre. Digo-lhe que estou constipada e que só queria confirmar que não tinha febre e ela tudo bem. Termómetro debaixo do braço e ela tudo bem. Conversa de chacha e ela tudo bem. Até que eu digo "pois é que agora com esta histeria toda, e mesmo sabendo que isto é alérgico mais vale confirmar se não tenho mesmo febre, só para continuar mais descansada e descansar os outros" e é aí que algo nela faz click! Ai mas tu sentes-te com gripe?!- pergunta ela. Não. Ai mas não tens mais nenhum sintoma?! - insiste enquanto se dirige rapidamente para o lavatório e começa a esfregar as mãos energicamente. Não, e nem tenho febre agora. - constato pelo valor indicado no termómetro. Ai mas se tiveres algum sintoma de gripe não saias de casa e telefona que se for preciso encaminho-te para a saúde 24, está bem?! E eu apeteceu-me dizer que não, que se me sentir com gripe vou mandar as criancinhas para a escola e que vou lá eu pessoalmente entregá-las e beijar a criançada toda, e fungar o nariz no autocarro que apanho todos os dias e agarrar-me com as duas mãos ao varão depois de as ter usado para tapar algum espirro, que virei trabalhar e que vou ter a brilhante ideia de ir matar saudades dos colegas das outras secções, e que finalmente, também não me vou esquecer do saco da ginástica em casa para poder lá ir deixar bastante suor durante a hora de almoço. Não há dúvida que esta estação vai ser muito divertida...
Podia dizer que adorei este dia, que todos eram uns queridos e que esta miúda é a miúda mais bem disposta que alguma vez conheci. Mas depois podiam pensar que é só conversa fiada, por isso mais vale deixar-vos apenas um cheirinho das fotos. Acho que falam por si. [e se nas vésperas destes dias eu me interrogo porque é que eu fui apaixonar-me por isto, e porque é que tenho de deixar os meus para fazer o que me dá prazer, e se realmente vale a pena seguir este sonho, no dia percebo que sim e quando vejo as fotos, já não tenho dúvidas... pelo menos até às vésperas seguintes.]

segunda-feira, setembro 21, 2009

Coisas de miúdos...

Vai à casa-de-banho sozinho. Passado um bocado dou conta que a torneira não pára de correr e lembro-lhe que a água faz falta ao planeta pelo que feche a torneira rapidamente. Continua a água a correr e lembro-lhe que quem faz asneiras não tem direito a surpresa. Torneira fechada, miúdo fora da casa-de-banho e mãe descansada por não ter de continuar na busca de razões. Quando entro na casa-de-banho o espectáculo está à vista de todos. O tubo de pasta-de-dentes toscamente apertado, o lavatório todo branco - mais branco, diga-se - filas de pasta de dentes por todo o lado, um copo cheio de água esbranquiçada a repousar ao centro. - Migueeeeeel, o qué isto?! - Estive a fazer bolinhas de sabão! - responde confiante - Mas não dá.

Finalmente...

quase seis anos depois, a máquina verde sai finalmente de cena!!! Pena é que seja para entrar o inalador. Siga.

quinta-feira, setembro 17, 2009

Ele e o Judo

Ontem foi a primeira aula, e ao perguntar-lhe o que é que tinha feito: - levantei a perna assim, e pus as mãos nos pés e fiz aaahhhhh... e dei muitas cambalhotas assim, e depois com os amigos fiz assim e dei pontapé assim... e outra cambalhota assim... só visto.

Eu não disse que era "por enquanto"...

ontem teve bolinha amarela. Ao que parece a cadeira tinha picos.

A gripe A e as crianças...

Deixei o resto do quadrado de chocolate que ela não quis em cima da bancada da cozinha, e: - mãe, acho que devias arrumar isso ou o chocolate ainda apanha a gripe A.

quarta-feira, setembro 16, 2009

Do segundo "primeiro dia"...

ainda não foi uma aula a sério porque "oh mãe, a professora disse que começar logo com aulas a sério não tinha piada nenhuma!" e ocuparam o dia a criar os quadros de comportamento, presenças e propostas para assembleia de turma, a nomear os responsáveis da semana para algumas tarefas (a Joana é serra-filas :p) e a estabelecer as regras da turma. E quando lhe perguntei o que tinha feito, respondeu-me: Fizemos pouquinhas coisas mãe e a professora de Inglês sabe falar português*!!! Hoje é então o primeiro dia de aulas "a sério", numa sala já com desenhos nas paredes e quadros com nomes e bolinhas verdes (por enquanto :p). * na escola anterior as professoras só falavam em Inglês com eles, e esta última não era mesmo portuguesa, por isso o espanto.

Futilidades...

Tenho um verniz novo lindo lindo e o raio das unhas decidiram começar a partir-se pelo sabugo. Oh vida desgraçada... oh desilusão! :p

terça-feira, setembro 15, 2009

Da minha formação...

o esforço que faço para não adormecer entre as 14h e as 15h é sobre-humano...

E o primeiro "primeiro dia"...

correu lindamente. Depois da recepção da professora na sala, juntaram-se aos restantes colegas da escola para um dia cheios de jogos e muita animação. Acho sinceramente que foi uma opção bastante inteligente porque assim proporcionaram aos miúdos a possibilidade de se familiarizarem com o espaço, professores e colegas num espírito de equipa e boa disposição. Além disso, deu tempo para os amigos que já não se viam desde Julho (na turma dela quase metade dos alunos foram colegas dela na pré e seis deles estão juntos desde os 2/3 anos) matarem as saudades acumuladas sem o problema de perturbarem o ambiente da sala de aula. Quando cheguei andava feliz a brincar com os amigos no recreio e nem teve grande pressa em vir ter comigo. Hoje é o primeiro dia de aulas no sentido mais restrito do termo. Na sala tinham mais uma surpresa à espera deles: um cantinho de leitura com um tapete bem colorido, várias almofadas e uma mesinha e banco de apoio. Gostei desta opção da professora de começar com uma sala vazia e irem agora decorando e criando o que precisam em conjunto. Desta forma, a sala de aula vai ser realmente deles. Estou morta de curiosidade por saber o que mais lhes reservou este dia e ansiosa por ler-lhe os sentimentos no olhar.

segunda-feira, setembro 14, 2009

8h50...

Uma sala cheia de miúdos radiantes. Uma sala cheia de pais ansiosos. muitos beijos, muitos abraços, muitos sorrisos nervosos. Uma professora desejosa de começar. Um envelope com uma dedicatória dos pais à espera de cada um na sua mesa. A alegria deles. Foi tão fixe! [fotos e mais novidades só logo à noite que esta semana estou em formação, logo sem grandes hipóteses de devaneios por estas bandas]

Aos três anos...

ainda sabe bem dormir ao colo. E a mim sabe bem senti-lo a dormir. [e a fotografia é cortesia do pai cá de casa... um luxo de tão raro! :p]

domingo, setembro 13, 2009

Está tudo preparado...

os livros forrados e marcados, as bainhas subidas, o material etiquetado, a caixa personalizada. A partir de amanhã, tenho uma filha no primeiro ciclo. Quem fala comigo pergunta-me como ela está e eu respondo que está na maior. Não tem stresses nem está ansiosa. Faz as perguntas dela, mas o que ela quis mesmo nestes últimos dias foi brincar. Eu é que estou num misto de ansiedade e apreensão pelo o que aí vem. Também eu vou ter de me adaptar a esta nova escola onde tudo me parece menos acessível, onde não vou ter actualizações diárias e mimos a chegarem-me ao email (mesmo que me pareça que se vai manter uma grande comunicação entre pais e professora). Amanhã começam com actividades no exterior e só na terça começam as aulas mais formais. No fundo vão ser dois primeiros dias. Emoção a dobrar.

sábado, setembro 12, 2009

O primeiro ciclo está quase aí...

e não queria esquecer-me de registar aqui tanta coisa destes últimos dias, mas faltam-me tempo e palavras. Em contrapartida já perdi a conta às etiquetas e ao papel autocolante usado. É já segunda-feira. Como é que é possível?

quarta-feira, setembro 09, 2009

Forever Friends...

Não há nada que valorize mais do que uma amizade verdadeira. E é um privilégio poder vê-los a construir as suas.

domingo, setembro 06, 2009

Quando for grande...

vou ter uma casa cujos móveis vão ter mil histórias para contar.

Imagens dela...

Filha crescida. E um bocadinho tonta :) Como é que se já passaram quase seis anos?!

Primeiro dia de natação sozinho...

e o professor: - mas ele só tem três anos?! - mas ele tem sempre esta energia?! pois... [e fiquei super feliz por ele descobrir que ele ficou com o T. É simplesmente um dos professores com mais jeito para os miúdos e para os motivar que eu conheço.]

sexta-feira, setembro 04, 2009

Como eu gosto de Setembro...

ou não. Ainda é dia 4 e o Miguel inicia hoje a temporada com duas embalagens de antibiótico e uma dose reforçada de anti-alérgicos. E porquê? Por causa de uma maldita melga que o picou num olho - fora os outros lados todos um pouco por todo o corpo - que inchou ao ponto de não o conseguir abrir. Que maravilha, hã... que maravilha.

quarta-feira, setembro 02, 2009

Conversas com ele...

- olha mãe um homem no cavalo! - sabes o que faz esse senhor no cavalo? - pergunto-lhe depois de perceber que ele se referia ao logótipo dos CTT do camião ao nosso lado. - sim! - então o que é que ele faz? - chama o touro com o apito e depois diz: "eh touro lindo!" Logo a mim é que me tinha de calhar um puto que engraçou com touradas*... * ele nem sequer percebe que espetam alguma coisa no touro e que aquilo o magoa. O que ele gosta mesmo é de ver o cavalo e o touro naquela "luta". Disso e de ver os forcados. É que nem pisca os olhos.

terça-feira, setembro 01, 2009

Hoje também haveriam fotos...

não fosse ter uma cabeça de alho chocho e ter-me esquecido da máquina no carro. Em cima do banco. Escarrapachadinha para quem a quiser ver. bonito.

Hoje é primeiro dia...

de jardim-de-infância para ele. Estava ansioso por finalmente ir para o lado dos crescidos e mais ansioso ficou, quando descobriu que ia ficar na sala que foi da irmã, com a educadora que também foi dela. Durante todas as férias referia-se à antiga educadora como a minha S. e o carinho com que sempre a referia fazia-me sorrir. Ontem à noite custou-lhe adormecer. Hoje de manhã acordou bem mais cedo do que era preciso e perguntou imediatamente se ia para a escola. Escolheu a cor da camisola, preparou a mochila com a muda de roupa e estava em pulgas por sair de casa, saindo orgulhoso da sua postura de menino crescido. Depois do boicote habitual às fotos, seguimos os dois para a escola. Fomos dos primeiros e ele o primeiro da sua sala. A S. já lá estava de braços abertos para nos receber e ainda bem, porque assim que parámos à porta ele alapou-se às minhas pernas, camuflou-se em mim e ameaçou um início de primeiro dia algo choroso. Nada de sorrisos, nada de conversas, só pedidos para ficar em casa ou ir para o trabalho comigo. Com calma, fomos "conhecer" a sala, estreámos o chão de estrelas, observámos todas as novidades na sala que já foi a dela, e passado um bocado pude deixá-los entretidos com os carrinhos e a construir garagens com blocos de madeira. Sem choros, sem pedidos. Só um beijo, um apertinho e um filho feliz. Gosto desta sensação de voltar ao que já conhecemos, às pessoas que nos têm acompanhado nos últimos três anos. Já somos da casa, como disse a I. à minha saída. E não há nada que me saiba melhor do que isso.