quarta-feira, julho 06, 2005

Ainda sobre o meu milagre...

Decidi partilhar estes momentos com vocês, porque acho que nunca é demais lembrar a todos que concretizar o sonho de ser pai, nem sempre é fácil.

Muitos são aqueles que nem sequer vão conseguir concretizar este sonho de forma biológica. Muitos são aqueles que depois de muitos anos de espera, encontram na adopção a concretização desse sonho. Alguns, como um casal amigo, depois de anos de tentativas, e um primeiro filho que é apenas diferente dos pais na estrutura base do ADN, esperam um segundo filho concebido da forma "tradicional". Existem ainda outros, que conseguiram esse milagre à primeira tentativa e outros ainda, que sem querer, conseguiram-no ficando a braços com algo não planeado e muitas vezes não desejado.

São tantas as possibilidades. São tantas as reacções. São várias as formas de se poder alcançar esse sonho. O que me entristece, e tocando muito ao de leve num tema muito discutido actualmente, é a dificuldade em concretizar uma adopção e o tempo que leva para o conseguir. Entristece-me ver que as crianças um pouco mais velhas, ou simplesmente de outra cor, não encontram facilmente pais que lhes deiam todo o amor que merecem. Entristece-me, o facto de muitos pais, não desistirem dos seus direitos legais sobre os filhos porque são eles os pais de carne, mas não os querem consigo e não os deixam ser filhos de outros que o queiram fazer. Entristece-me que existam crianças que com pais, mais valia que não os tivessem porque sofrem abusos inimagináveis que ultrapassam toda a ficção. Entristece-me ver crianças com os brinquedos mais caros do mercado e os quartos mais bonitos dignos de revista da especialidade e que não sabem o que é amor e carinho de pais. Entristece-me.

E depois de escrever isto, concluo que milagre seria se todas estas crianças pudessem ser felizes. Estas e todas as outras espalhadas pelo mundo fora, especialmente as que passam fome, sede e que continuam a morrer de doenças que se evitariam com uma simples vacina, ou tratadas com um simples xarope. E tanto havia para escrever...

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